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Lontra européia


A lontra-europeia(Lutra lutra), também conhecida como lontra-euroasiática, lontra-comum ou lontra-do-Velho-Mundo, é uma espécie de lontra da família dos mustelídeos.

A lontra tem uma pelagem espessa e brilhante. A cor do pêlo é variável, contudo, apresentam um padrão geral definido: geralmente, o pêlo é castanho-escuro na parte superior, tornando-se progressivamente mais claro nas regiões inferiores. Possuem, por vezes, uma mancha clara na garganta (creme ou mesmo branca), por baixo do queixo ou lábio inferior, de dimensão e forma variáveis, que permite o reconhecimento individual. Esta pelagem, é constituída por duas camadas de pêlos: a interna, impermeável, constituída por uma densa camada de pêlos (de 10–15 mm), que captura pequenas bolhas de ar, isolantes, e permanece seca enquanto o animal mergulha, e uma camada externa, também impermeável, cuja eficácia é comprovada pelo facto de não existirem diferenças de peso apreciáveis entre indivíduos secos e indivíduos molhados.
A lontra possui um corpo alongado, fusiforme e muito flexível, que lhe confere grande hidroninamismo. O pescoço é curto, embora largo e a cabeça é achatada, provida de pequenas orelhas. Os olhos são pequenos e estão deslocados para a parte superior da cabeça, não apresentando uma posição lateral como em muitos mustelídeos. A localização das orelhas, nariz e olhos, na parte superior da cabeça, permite que os mesmos se mantenham fora de água quando a lontra nada à superfície. A linha superior do rhinarium (nariz), preta e sem pêlos, forma um ‘W’. No focinho encontram-se longos pêlos sensoriais (de aproximadamente 25 cm), as vibrissas, que parecem ter uma função na detecção de presas dentro de água.
A cauda, cujo comprimento é um pouco maior que metade do comprimento total do corpo e da cabeça, é ligeiramente achatada horizontalmente, larga e forte na base e mais pontiaguda na extremidade, que funciona como leme quando o indivíduo está a nadar. As patas possuem palmas e cinco dedos muito separados, entre os quais existe uma forte membrana interdigital. As garras são pequenas e não retrácteis.
Inferiormente em relação à base da cauda, existem duas glândulas anais, cuja função exata não é, ainda, bem conhecida, mas que se julga estar relacionada com a marcação olfactiva.

Associada a zonas úmidas, podemos encontrar a lontra em águas continentais (como rios, ribeiras, pauis, lagos e albufeiras), em estuários, e, também, nalguns pontos do litoral marinho. Vales remotos e sossegados, praias desertas rodeadas por costas rochosas escarpadas ou, ainda, lagoas de altitude são locais de potencial ocorrência da lontra.
Estes animais constroem as tocas e abrigos nas margens, apresentando uma abertura subaquática e uma de ventilação. Muitas vezes, aproveitam tocas abandonadas por outros animais ou troncos e sistemas radiculares de grandes árvores, criando um sistema de “galerias”, com várias entradas, uma subaquática e outras com abertura para o solo.
No litoral marinho, utilizam a vegetação, que envolve os pequenos cursos de água que desaguam na praia, e as falésias, como locais de abrigo e até mesmo de criação.

As lontras são animais silenciosos e difíceis de observar diretamente no seu habitat natural.
A lontra europeia possui hábitos principalmente noturnos matinais, e como todas as outras lontras, é um animal semiaquático. É um animal geralmente solitário, e ocupa um território que vai de 5 a 15 km, que é marcado com secreções odoríferas e fezes. O macho vive normalmente sozinho numa área que pode incluir o território de uma ou mais fêmeas. Elas constroem uma toca entre raízes de árvores, em troncos ocos ou numa cavidade rochosa, que às vezes possui uma entrada debaixo da água. No interior, caça no escuro, mas nas zonas costeiras é mais ativa durante o dia.

A lontra marca o seu território com dejetos e marcas odoríferas. Marcam, regularmente, os mesmos locais proeminentes (como pedras grandes no leito ou nas margens do rio) com as suas fezes, pelo que se acredita que estas desempenhem uma função fundamentalmente territorial.

A lontra possui uma dieta maioritariamente piscívora, embora possua um amplo espectro alimentar (pode incluir anfíbios, aves aquáticas e pequenos mamíferos, para além de invertebrados como crustáceos e insectos), que varia consoante a disponibilidade e abundância, local e sazonal, de presas.
Antes de mergulharem, as lontras respiram fundo, o que lhes permite que nadem debaixo de água durante mais de 4 minutos. Estes animais ouvem muito pouco quando mergulham, pelo que usam a sua ótima visão para encontrar alimento na água. As lontras usam as vibrissas para ajudar a detector peixe em águas escuras.

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Mustelidae
Subfamília: Lutrinae
Gênero: Lutra
Espécie: L. lutra

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