O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), também chamado guará, aguará e aguaraçu, é o maior canídeo nativo da América do Sul. A sua distribuição geográfica estende-se pelo sul do Brasil, Paraguai, Peru e Bolívia a leste dos Andes, estando extinto no Uruguai e talvez na Argentina, e é considerado uma espécie ameaçada. O Brasil abriga o maior número de animais; dos cerca de 25 000 indivíduos da espécie, cerca de 22 000 estão em território brasileiro. Os biomas de sua ocorrência no Brasil são: cerrado, Pantanal, Campos do Sul, parte da caatinga e Mata Atlântica, sendo frequentemente encontrado nos Campos Gerais, região do estado do Paraná, próximo à cidade de Guarapuava (o nome da cidade é uma referência ao animal).
A espécie não está diretamente ligada a nenhum outro gênero de canídeos e aparentemente é uma relíquia da fauna plistocênica da América do Sul, que desapareceu, na maioria, após a formação do Istmo do Panamá.
O lobo-guará mede cerca de 1,30 metros no ombro e pesa entre 20 e 25 kg. A sua pelagem característica é avermelhada por todo o corpo, exceto no pescoço, lombo, patas e ponta da cauda, que são de cor preta, podendo as pontas da cauda, das orelhas e do papo serem da cor branca. Ao contrário dos lobos, esta espécie não forma alcateias e tem hábitos solitários, juntando-se apenas em casais durante a época de reprodução.
A gestação dura em média 65 dias e resulta em ninhadas de até seis crias sendo dois o número médio de crias que nascem entre junho e setembro. Os filhotes nascem pretos, com a ponta da cauda branca e pesam entre 340 gramas e 410 gramas. Sua maturidade sexual acontece com um ano de idade. o lobo guará tem seus filhotes somente no mês de junho e quando nascem a fêmea não sai da toca e é alimentada pelo macho.
O lobo-guará caça preferencialmente de noite, mas em época de reprodução é comum procurar alimento durante o dia. Ataca pequenos mamíferos roedores e aves, mas a sua dieta tem uma forte componente onívora. Estes animais são bastante dependentes da lobeira (Solanum lycocarpum) e estabelecem, com esta planta, uma relação simbiótica: sem os frutos da lobeira, o lobo-guará morre de complicações renais causadas por nemátodos. Em contrapartida, o guará tem um papel fundamental na dispersão das sementes dessa planta.
Embora não se enquadre na categoria crítica da IUCN, corre alto risco de extinção na natureza a médio prazo, em função do declínio populacional e da extrema fragmentação da área de ocupação. O tamanho populacional está se reduzindo, com probabilidade de extinção na natureza em 100 anos. As principais ameaças ao lobo-guará vêm da conversão de terras para agricultura, do fato de ser suscetível a doenças de cães domésticos, que competem com eles por alimento, e de acidentes como atropelamentos em estradas.
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Canidae
Gênero: Chrysocyon
Espécie: C. brachyuru
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